quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

FRAGMENTOS

Por que tudo tem de ser assim? Onde eu vou parar com tudo isso? Que chatisse ter de ir até lá! Não agüento mais essa dieta! Para onde vai toda essa gente? Não consigo parar de lembrar!...

Somos, cada um de nós, um simples ser, constituídos de células, órgãos, tecidos e...pensamentos, reclamações, anos vividos e que ainda estão para se viver...

Por que meu filho não gosta de ir a escola? Onde estará aquele que vai me amar como realmente sou? É como se ainda fosse real. Foi só um pesadelo, volte a dormir pelo amor de Deus! Eu não sou mais criança!

Dentro de cada pensamento nosso há uma infinidade de desejos escondidos, medos não revelados, imagens ainda não vistas, um inconsciente ir e vir de pequenas idéias que se esvaem com a nossa pequena rotina agitada.

Preciso esquecer! Não quero mais cozinhar para você. Odeio minha vida! Por que estou tão sozinha? Meus sonhos não se realizam, não adianta. Pensar? Nem pensar...

Cada um de nós vive o seu dia a dia a sua maneira, com seu perfeito jeitinho incomum de viver, mas... Será isso tudo? Será que somos livres para modificar os minutos que ainda estão por vir?...

Vou comprar essa roupa porque está na moda! Quero fazer inveja aos olhos daquela fulaninha! Ela pensa que é o que dentro daquele vestido horroroso? Não vou à festa, não tenho sapatos que combinem com a roupa. Meu cachorro vai ao pet shop hoje, mas aquilo tudo é tão caro!

Desde pequenos começamos a construir dentro de nós os nossos pequenos dramas. Se não controlados eles tornam-se maiores que nós, maiores até que o nosso objetivo principal: sermos felizes.

Eu não sei mais sorrir. Não tem graça! Pare de me chatear, não quero saber de piadas...Você ri de tudo.

Cada mente que habita cada corpo carrega consigo um universo, dentro dele cabem as nossas felicidades, as nossas pessoas, as nossas qualidades, os nossos sonhos, os nossos defeitos, as nossas tristezas, as nossas pequeninas desesperanças e a vontade de largar tudo e ir embora... Ir embora para onde? Fugir de nós mesmos?

Que vontade de sumir! Qualquer dia desses faço minhas malas e vou embora. Como eu queria que tudo fosse diferente. Acho que vou desistir...

Cultivar a tristeza só faz aumentá-la. Regar as nossas mágoas e incertezas só as traz de volta e, quando notamos já tomaram conta do nosso jardim. Desistir é ter medo, medo do que pode acontecer se der errado.
A vida, tanto a minha quanto a sua, nunca será perfeita. Os dramas não vão acabar, mas podem diminuir se tivermos força para lutar contra os degraus da escada rolante que nos puxa sempre para baixo.
Procure tornar os momentos bons inesquecíveis e os ruins como algo que você aprendeu.
Não cultive os medos, a vida é cada dia uma nova aventura, onde tudo pode acontecer, mesmo que sua agenda já esteja lotada de compromissos.
Vá em busca dos seus sonhos, não de consertar o passado. Os passado já não é mais seu e o futuro está completamente em suas mãos.
Carregue consigo palavras de afeto, porque as pedras pesam demais e você pode acabar caindo junto com elas.
Pense, mas pense muito. Não preencha seu tempo com obrigações somente para não pensar. Trabalhe para que os seus pensamentos mudem, não para fugir deles.
Construa seu castelo com bases firmes e, mesmo que demore muito tempo para terminá-lo, de maneira nenhuma o erga sozinho.
Confie na verdade. Valorize quem valoriza você. Saiba encontrar as virtudes de qualquer pessoa que passe por você com a leveza de um olhar e as engrandeça, contribua para o seu crescimento.
E, acima de tudo, siga em frente. Mesmo sabendo que as tempestades virão para tentar destruir tudo que você já fez, não desista de levantar-se e continuar procurando o seu lugar ao sol...

domingo, 20 de janeiro de 2008

As partes do todo


...Precisamos definir as prioridades, precisamos ampliar nossas mentes diminutas e olhar o mundo e as pessoas como se fossemos uma parte essencial de sua vida, o que de fato somos. Precisamos sentir que vivemos em uma comunhão eterna e que fazemos parte de um sistema que transcende o conhecimento adquirido até hoje. Se não aprendermos mais sobre isso, o conceito de sociedade não irá além de um conjunto de indivíduos ocupando lugar no espaço.

sábado, 19 de janeiro de 2008

Por um 2008 sustentável... Em tudo!

...Viver é melhor que sonhar... canta Elis Regina, enquanto chove pacas nessa noite modorrenta. A música continua... Eu sei que o amor é uma coisa boa... E minhas idéias saltitam como pipoquinhas dentro do cérebro. 2008 precisa ser sustentável, não só para mim ou para você, que quer certamente uma felicidade plena e duradoura em troca daquela euforia desvairada que nos acomete de vez em quando nos finais de semana... 2008 precisa ser sustentável para o mundo.

Vi num filme ou num comercial outro dia, não me lembro bem o que era, uma frase de cunho antropocêntrico escrita num quadro negro: “O planeta não está em risco, mas a humanidade sim”... Representando bem o que as nossas ações contra o meio ambiente têm a ver com nós mesmos. É antropocêntrica, claro, mas é essencialmente realista. Se biocentrista fosse, a frase ficaria mais ou menos assim: Preserve os recursos naturais, eles são importantes para o planeta”. Daria a idéia do todo, e não somente da possibilidade de extinção da população humana, que, claro, é importantíssima para o mundo, pois é ela quem dá nome às coisas e contribui para a evolução do planeta através de seus seres pensantes e idealizadores. Todavia, considero mais o biocentrismo, também chamado ECOCENTRISMO, pois nesta visão (ECO significa “casa” em grego) podemos definir o homem dando atenção a sua casa, ou seja, as pessoas são mais atentas no tudo ou no planeta como sua morada, mudando o seu comportamento em relação à natureza global. Com o ecocentrismo, portanto, o ser humano passa a entender melhor a sua responsabilidade para com os demais seres vivos.

Uma vez mudado o comportamento de um ser humano, muda-se também a sua ética pessoal, não só com relação ao que ele classifica como natureza, mas também com tudo e todos que estão a sua volta. Em outras palavras, com seu meio ambiente inteiro.

Segundo Antônio Silveira Ribeiro dos Santos, a palavra ética vem do grego ETHOS e quer dizer “modo de ser”, caráter enquanto forma de vida do homem. Conseqüentemente, uma mudança de pensamento leva-nos a atingir um patamar além da ética tradicional, fazendo surgir a ética ambiental, onde passamos a ter um novo entendimento sobre a vida e a ter mais respeito por ela.

Conhecer e estudar os problemas ambientais pode ser chato para muitas pessoas, desinteressante para outras ou até mesmo indiferente, mas não é forçoso sentir o cheiro de fumaça dos escapamentos dos carros, ver pacotes de salgadinho e latas de refrigerante na beira do rio ou prestar atenção nas notícias sobre a escassez de água na Ásia e no nordeste do Brasil. Se começarmos a perceber de fato tudo que acontece ao nosso redor no dia-a-dia, certamente não seremos apenas mais um no meio da multidão...Seremos ativistas das pequenas causas, mas seremos úteis para a sobrevivência das próximas gerações de pessoas, aves, mamíferos... VAMOS, OLHE DE FATO!

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Elis continua... Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais...

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Tem uma propaganda do Greenpeace que parabeniza a geração anos 70 por querer mudar o mundo... Ela conseguiu?

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Poderíamos nós, hoje, reverter o quadro do aquecimento global?

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Desembarque: Portão 2008


Jean Paul Sartre diz, em A idade da razão, que “existir é isso: beber-se a si próprio sem sede”. Filosofia. Conviver com esses gênios me confunde, confesso...

Para mim, existir é aprender a amar o que não temos para, assim, sonhar e fazer acontecer. Andei dizendo que faria faculdade de filosofia depois de me aposentar e é verdade, pois muito amiga do conhecimento sou, embora apenas saiba que nada sei e que muito ainda devo aprender.

Não vou por 2007 em uma lista. 2007 é o ano ímpar que não merece apenas isso. Não farei lista das coisas boas porque corro o risco de me lembrar também das coisas ruins, todavia certamente as coisas boas valeram o esforço para conseguí-las e as coisas ruins me tornaram mais sábia para acertos futuros. Em 2006 os meus erros me faziam rir de mim mesma...Em 2007 eu comecei a aprender com eles. Talvez 2008 seja o ano do acerto de contas.

Errar não nos torna menos do que os outros. Errar nos torna iguais, porque somos humanos e humanos erram, mesmo com toda tecnologia disponível... Erramos freqüentemente com a família, com as palavras mal escolhidas que dirigimos aos amigos, com as ausências e com horas perdidas de sono. Erramos mais por amor do que por dinheiro, pois, como ainda diz uma filosofia árabe, o amor nos permite fazer coisas que não faríamos por dinheiro. É aí que nos perdemos em nossas atitudes e nossa frágil ética fica ainda mais debilitada.

Gostaria de pedir um favor a todos e estendo isso a mim também, que muito escrevo e pouco falo quando preciso: em 2008, não falem quando não há nada p’ra se dizer; não obriguem ninguém a fazer o que não é necessário ou só por capricho; deixem seus filhos escolherem a profissão que eles querem seguir; mintam o menos possível...e somente para não magoar; não enganem e não iludam, seja quem for; saibam admirar a pureza da resposta das crianças; convençam alguém a parar de fumar; dancem mais; chorem de felicidade (não existe preço que se pague por tamanha alegria); leiam a vossa idade em quantidade de livros durante o ano; planejem melhor o tempo; não troquem o certo pelo duvidoso, mas se isso for necessário mergulhem de cabeça e esqueçam do que um dia FOI o certo... Nadem com toda a força; não estraguem o planeta comprando supérfluos; economizem dinheiro (assim vocês sempre terão um pouco dele); se sentirem necessidade de trair alguém, em qualquer sentido, lembrem-se de só o fazer se puderem agüentar a dor de serem traídos um dia desses; doam-se de amores e declarem-se (quem conseguir isso, me avise!); tomem banho de chuva no verão; confiem em alguém, mesmo que só tenham a si mesmos para tanto; cultivem uma pequena grande verdade universal: faça aos outros o que gostaria que fosse feito por você... E tenha sede de beber-se a si mesmo, isto é existir.

O DeBagagem deseja um feliz 2008...e quem se atrever a ir, que vá de mala, cuia e cabeça erguida!