segunda-feira, 28 de abril de 2008

suREALIDADES



Deixe o céu ficar escuro. Deixe a música embalar o pensamento e o vento balançar de todo o cabelo.

Um dia alguém me disse que o crepúsculo é a hora mais difícil do dia, pois é o encontro da luz com as trevas. É neste instante que tudo é decidido.

Logo penso que o alvorecer é tão importante quanto, uma vez que trevas e luz despendem-se entre suspiros pelas horas que passaram tão depressa.


Muitas vezes nossas palavras não conseguem alcançar o nível dos acontecimentos que recebemos todos os dias e dos encontros iluminados pelas estrelas. Muitas vezes nosso agradecimento é tolo diante de motivos pelos quais sorrimos, até mesmo quando o que nos faz sorrir é o simples “olá” de um amigo. Muitas vezes somos tão pequenos por nos comparar com quem está “melhor” do que nós. Experimentei me comparar com alguém que sofre de verdade e vi que tenho sorte. Que tenho Deus.


Deixe o sol aquecer as mãos no inverno. Deixe o sopro do pensamento cultivar inspirações e a alegria do outro embalar a consciência para os pagos da felicidade... Pois, de fato, não existe nada melhor do que estar ao lado dos que nos têm como se fossemos anjos da guarda.

sábado, 26 de abril de 2008

Uergs, minha utopia

“A UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO GRANDE DO SUL FOI CRIADA PELA LEI 11.646, DE 10 DE JULHO DE 2001. COMO UMA UNIVERSIDADE ESTADUAL PÚBLICA E GRATUITA, COM A RESPONSABILIDADE DE PROMOVER O DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL (...). É RESPONSABILIDADE DA UERGS FORMAR PROFISSIONAIS APTOS A DAR UMA CONTRIBUIÇÃO SUBSTANTIVA A ATIVIDADES ESPECÍFICAS NAS DIVERSAS REGIÕES DO ESTADO” (Caderno Acadêmico 2006)

Eu me chamo Bruna Fontana, sou acadêmica do 4º semestre do Curso Superior de Tecnologia em Meio Ambiente, cujo início se deu em agosto de 2006 na unidade do município de Erechim. Portanto, eu e meus colegas de curso participamos do último vestibular da universidade e justamente por isso sabemos o quanto a instituição nos é importante. No entanto, muitos cidadãos erechinenses não sabem ao menos o seu endereço.
Sabemos que a Uergs é importante não somente a nós acadêmicos e nossos professores, pois, segundo o Caderno Acadêmico, a universidade além de ser gratuita, o que permite o acesso à educação de 3º grau a todos que não têm a opção de pagar pelos seus estudos, é também responsável pela promoção do desenvolvimento sustentável da região. O desenvolvimento sustentável, por sua vez, é aquele que respeita os limites físicos inerentes ao ecossistema mundial e garante que continue funcionando no futuro. E dentro desta nova visão de desenvolvimento, Sachs destaca princípios básicos:

1. Satisfação das necessidades básicas;
2. Solidariedade com as gerações futuras;
3. Participação da população envolvida;
4. Preservação dos recursos naturais e do Meio Ambiente em geral;
5. Elaboração de um sistema social que garanta emprego, segurança social e respeito a todas as culturas;
6. Programas de Educação.

Programas de educação! A Uergs hoje é um “programa de educação”?
Existe a necessidade de se ter a Uergs como modelo de educação, tendo em vista que a educação é a base para todo e qualquer projeto, programa ou política social, porque ela deve englobar todos os princípios básicos do desenvolvimento sustentável descritos por Sachs. Contudo isto só será possível se suas portas continuarem abertas
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quinta-feira, 24 de abril de 2008

AFORISMO à parte




Sonho é a tradução daquilo que não temos, mas que amamos. Saber que não é preciso ter para simplesmente amar é também aprender a sonhar...

terça-feira, 1 de abril de 2008

MUROS






Uma das melhores atividades que existem na faculdade são as visitas técnicas. Ônibus, estrada e novidades remetem-me a mais conhecimento, mais praticidade às teorias vistas e revistas em sala de aula, além do clima alegre improvisado pelos mais animados. Sempre foram muito divertidos e úteis esses raros passeios. No entanto, hoje a exceção foi aberta. Aula de Avaliação de Impactos Ambientais, 4º semestre do curso. Tecnologia em Meio Ambiente da Universidade Estadual do RS. Os acadêmicos da turma de 2006 e sua professora resolveram dar um pulinho no aterro sanitário de Erechim. Lá fomos nós com as “perguntaspertinentes” de ambientalistas aspirantes a tecnólogos...Tudo muito bonitinho, organizadinho e eficiente pra quem entende leigamente de disposição de resíduos sólidos domésticos, os populares “lixo orgânico” e “lixo seco”. Gasto de dinheiro público e precisando de n melhorias pra nós. É ai que a gente se pergunta o que acontece quando os responsáveis por projetos tão impactantes como este fazem ao visitar os grandes centros para colher idéias... Fazer o quê? Depois dizem que ambientalista é pedra no sapato, mas e se não fossemos...?
Saindo do aterro sanitário seguimos para o “lixão” da cidade. Já o tinha visto em fotos num seminário que ocorrera no ano em que entrei pra faculdade, em 2006. Ao observar o lixão “ao vivo e a cores” percebi o quanto cartesianas são as fotografias. A visão da realidade é de veras pior do que aquelas imagens.
Quando você observa pessoas vivendo e tirando seu sustento entre as coisas que você joga fora (sim, porque ambientalista também produz lixo), e que você sabe o quanto isso deteriora seres vivos e seu meio ambiente, a visão cartesiana das fotografias transforma-se em pensamento holístico. Transforma-se em sofrimento. Sofre-se junto com aquele filete de rio que recebe o chorume através do solo (acreditem, tem um rio no entorno daquele lugar...E não é nem rio, é um fio d’água!). Sofre-se junto com o solo, que se acidifica e se contamina há 20 anos. Sofre-se junto com o lixo seco, que até hoje muita gente não entendeu que se deve separá-lo do orgânico. Sofre-se com o ser humano, que respira o metano produzido pelas reações provocadas pela deterioração da “matéria-prima” do seu trabalho, que se abriga em lonas improvisadas longe-perto dali para fazer as refeições, que vive sob sol e chuva entre aquilo tudo que consideramos inútil. Sofre-se com os muros de lixo de mais de 35 metros de altura. Sofre-se com os muros altos da ignorância e indiferença que impedem a sociedade de ver além do consumismo, de ver além dos supérfluos, de ver além das embalagens coloridas no supermercado.