sexta-feira, 11 de julho de 2008

DESTINO: Porto Alegre DESEMBARQUE: Viamão


Eu sempre terei tempo para escrever sobre ela, a capital, mesmo que as horas do meu dia pareçam diminuídas nesses últimos tempos.
Porto Alegre me inspira a visualizar o contraste, me põe no céu enquanto avisto o inferno numa grande metáfora, por que não metropolitana, agora que meu caminho por lá se estendeu?
Pois bem, desde a primeira vez que fui à capital e já sabia redigir prometi que toda vez que pelos pagos de lá andasse escreveria sobre a viagem. Aqui estou, após uma semana, com meus manuscritos em formação. Não creio que muitos se interessem por essa minha terceira grande aventura na cidade grande, visto que é quase como um diário, um registro necessário além dos quadros da lembrança.
Desta vez o destino era o mesmo que a viagem passada: Teatro Dante Barone, Assembléia Legislativa. Porém, o objetivo foi um tanto diferente. Saímos a meia-noite de Erechim, eu, minhas colegas, alguns estudantes do ensino médio (que um dia encontrarei no orkut) e meu namorado... Ah, meu namorado! Como é bom não viajar sozinha.
Não conseguimos dormir direito na ida, uma vez que os estudantes do ensino médio (que ainda encontrarei no orkut) tiveram a grandiosa disposição de ficar acordados e não deixaram ninguém dormir também. Como a gente fica velho e não percebe!
Chegamos por volta das seis horas da manhã e nossa primeira parada foi no Aeroporto Salgado Filho para tomar café. Ninguém tomou o dito café na verdade, pois o mesmo custava quase um vidro de Iguaçu em pó... Então, eu e meu namorado resolvemos deixar o ônibus para bisbilhotar o aeroporto e todo o conforto que ele poderia oferecer se fossemos pegar um avião. Contentamos-nos com uma mineral com gás, em olhar a pista de pousos e decolagens e tirar umas fotos de recordação. Perto das oito horas voltamos ao ônibus e seguimos até o Dante Barone. Eu comendo meu minhãozinho e meu namorado desfrutando do jejum diário. No teatro as coisas demoraram a acontecer... Atraso de uma hora para começar a audiência, ninguém do comitê, ninguém do governo, ninguém que realmente poderia fazer algo pela Uergs, tipo assim, assinar algum documento que trouxesse novos vestibulares para TODAS as unidades, mais professores, melhores condições de estrutura, mais pesquisa e extensão para a universidade do estado. Foi para isso que gente de todo o estado lotou o teatro, mas eu não vi muita coisa porque a dor de cabeça me latejava o pensamento e, ainda por cima, meu namorado tentava dormir a cada cinco segundos de audiência. Paciência. Para ver como a cabeça da gente muda: os protestos começaram, a balburdia e o desrespeito... Meu namorado protestava também: “Vamos embora, Bruna... Isso aqui não vai dar em nada...”. Faltavam vinte minutos para o meio-dia quando ele me puxou pela mão dizendo que não havia mais ônibus para Viamão depois daquele horário. Ok. Pegamos um táxi até a rodoviária. Lá compramos as passagens de volta para Erechim e, sem pestanejar, meu namorado me puxou pela mão novamente e disse: “Vamos pegar o ônibus para Viamão depois da passarela”. Caminhei uns trinta minutos de salto plataforma pelas avenidas porto alegrenses, nada que me fizesse cansar, não é, Giovani?
Pegamos um ônibus de linha e andamos uns quarenta minutos até Viamão. Almoçamos no shopping e de lá partimos para a rua onde a mãe e a irmã do Giovani moram. Mal entramos num simpático condomínio e ele foi bater à porta da cada nº. 1!
Nunca fui tão bem recebida em toda minha vida... Não é para me gabar, mas adorei a minha sogra e ela também me adorou. No restante do dia levamos a minha cunhada até a parada de ônibus, no centro de Viamão, para que ela pegasse um ônibus até a faculdade, em Porto Alegre. Passeamos muito, conversamos muito, cansamos muito e até visitamos a segunda igreja mais antiga do estado, segundo a dona Edir. À noite jantamos pizza. Pena que não deu para ficar mais, teria adorado passar uns dias em Viamão...
Às dez horas da noite pegamos mais um ônibus em frente ao condomínio, que nos levou cambaleantemente até a rodoviária de Poa. A meia-noite pegamos o ônibus que nos traria de volta a origem: Erechim. Dormimos a viagem inteira.

Uma semana depois ainda venho pensando nas duas noites e um dia que passei longe de casa e redescobrindo novas felicidades. Conclusão? Não há consideração final melhor do que a de ter percebido que no plural tudo fica mais alegre, mais emocionante, não tão mais fácil, mas menos difícil e diferente... TE AMO, Gio! Uergs, TE QUERO VIVA!

Nenhum comentário: