Uma das melhores atividades que existem na faculdade são as visitas técnicas. Ônibus, estrada e novidades remetem-me a mais conhecimento, mais praticidade às teorias vistas e revistas em sala de aula, além do clima alegre improvisado pelos mais animados. Sempre foram muito divertidos e úteis esses raros passeios. No entanto, hoje a exceção foi aberta. Aula de Avaliação de Impactos Ambientais, 4º semestre do curso. Tecnologia em Meio Ambiente da Universidade Estadual do RS. Os acadêmicos da turma de 2006 e sua professora resolveram dar um pulinho no aterro sanitário de Erechim. Lá fomos nós com as “perguntaspertinentes” de ambientalistas aspirantes a tecnólogos...Tudo muito bonitinho, organizadinho e eficiente pra quem entende leigamente de disposição de resíduos sólidos domésticos, os populares “lixo orgânico” e “lixo seco”. Gasto de dinheiro público e precisando de n melhorias pra nós. É ai que a gente se pergunta o que acontece quando os responsáveis por projetos tão impactantes como este fazem ao visitar os grandes centros para colher idéias... Fazer o quê? Depois dizem que ambientalista é pedra no sapato, mas e se não fossemos...?
Saindo do aterro sanitário seguimos para o “lixão” da cidade. Já o tinha visto em fotos num seminário que ocorrera no ano em que entrei pra faculdade, em 2006. Ao observar o lixão “ao vivo e a cores” percebi o quanto cartesianas são as fotografias. A visão da realidade é de veras pior do que aquelas imagens.
Quando você observa pessoas vivendo e tirando seu sustento entre as coisas que você joga fora (sim, porque ambientalista também produz lixo), e que você sabe o quanto isso deteriora seres vivos e seu meio ambiente, a visão cartesiana das fotografias transforma-se em pensamento holístico. Transforma-se em sofrimento. Sofre-se junto com aquele filete de rio que recebe o chorume através do solo (acreditem, tem um rio no entorno daquele lugar...E não é nem rio, é um fio d’água!). Sofre-se junto com o solo, que se acidifica e se contamina há 20 anos. Sofre-se junto com o lixo seco, que até hoje muita gente não entendeu que se deve separá-lo do orgânico. Sofre-se com o ser humano, que respira o metano produzido pelas reações provocadas pela deterioração da “matéria-prima” do seu trabalho, que se abriga em lonas improvisadas longe-perto dali para fazer as refeições, que vive sob sol e chuva entre aquilo tudo que consideramos inútil. Sofre-se com os muros de lixo de mais de 35 metros de altura. Sofre-se com os muros altos da ignorância e indiferença que impedem a sociedade de ver além do consumismo, de ver além dos supérfluos, de ver além das embalagens coloridas no supermercado.
Saindo do aterro sanitário seguimos para o “lixão” da cidade. Já o tinha visto em fotos num seminário que ocorrera no ano em que entrei pra faculdade, em 2006. Ao observar o lixão “ao vivo e a cores” percebi o quanto cartesianas são as fotografias. A visão da realidade é de veras pior do que aquelas imagens.
Quando você observa pessoas vivendo e tirando seu sustento entre as coisas que você joga fora (sim, porque ambientalista também produz lixo), e que você sabe o quanto isso deteriora seres vivos e seu meio ambiente, a visão cartesiana das fotografias transforma-se em pensamento holístico. Transforma-se em sofrimento. Sofre-se junto com aquele filete de rio que recebe o chorume através do solo (acreditem, tem um rio no entorno daquele lugar...E não é nem rio, é um fio d’água!). Sofre-se junto com o solo, que se acidifica e se contamina há 20 anos. Sofre-se junto com o lixo seco, que até hoje muita gente não entendeu que se deve separá-lo do orgânico. Sofre-se com o ser humano, que respira o metano produzido pelas reações provocadas pela deterioração da “matéria-prima” do seu trabalho, que se abriga em lonas improvisadas longe-perto dali para fazer as refeições, que vive sob sol e chuva entre aquilo tudo que consideramos inútil. Sofre-se com os muros de lixo de mais de 35 metros de altura. Sofre-se com os muros altos da ignorância e indiferença que impedem a sociedade de ver além do consumismo, de ver além dos supérfluos, de ver além das embalagens coloridas no supermercado.
4 comentários:
É tão díficil... Antes de se fazer essa separação do lixo, tem-se que separar o pensamento das pessoas, desmembrar o egoísmo do fato que o meio ambiente precisa da colaboração de todos, e que isso urge.
Ainda bem que existem pessoas que nem tu, pois, através de um texto desses, passo a pensar com ainda mais cuidado e me policiar nas atitudes.
Belo texto.
Beijão!
nao me acho ambietalista, nem me acho exploradora, tb fico braba com estes fatos, tanto da prefeitura que nao tem mta infra estrutura no aterro sanitario, que fez celulas de tratamento de chorume pequenas, que fez celulas de estocagem de lixo que vao durma apenas 4 anos cada, que usou canos de PVC, que deixou poluirem o lajeado do Banhado com o lixao com as industrias, mas os grandes culpados somos nos, que apenas falamos e nada fazemos, estou cansada ja de falar e nada poder fazer, tb queria um mundo cheio de borboletas voando e passaros cantando, mas a realidade não pe que esperamos, o parque Longines é outro que esta com um quadro caotico, não sei nem mais o q dizer, so penso que nossos filhso vao viver no meio do lixo, com mascaras de oxigenio, vao sair com capas e mto protetor solar, vao andar em carros eletricos numa epoca em que ja nao vai fazer diferença... enfim O dia depois de amanha esta cada vez mais proximo
bjaooo ufaa como eu escrevi
A consciência é um mal para a grande maioria dos seres humanos. Somos capazes de criar coisas maravilhosas, entretanto, desprezamos o básico. Essa vontade estúpida de desenvolver sempre é não condiz com as nossas verdadeiras necessidades. Sou a favor da tecnologia, obvimente, desde que esta venha respaldada pela responsabilidade ambiental e, sobretudo, pela responsabilidade social.
A gente muda... só espero que não seja tarde demais.
Bjos, minha querida.
Felicidades nessa carreira.
Então, Bruninha (posso te chamar de Bruninha, né? :D). Já li vários textos teus aqui no teu blog e gosto muito. Nunca deixei nenhum comentário pois eu não tinha muito a ver com esse mundo de palavras e blogs. Até que, agora, eu resolvi fazer um. Escrever é muito bom, eu sempre gostei, mas nunca tive coragem pra mostrar o que eu escrevia. Sobre esse teu post, também fiquei muito triste aquele dia do lixão, pela poluição, pelas pessoas e até pelo cachorrinho que tava lá no meio daquela sujeira, muito triste mesmo, apesar de eu ainda não me considerar, de fato, uma ambientalista. =*
Obs.: tem uma frase de um poema teu que eu gost muito, faz tempo que tu postou, mas eu nao esqueci mais. Dizia assim "faz falta a falta que você já não me faz". Realmente, às vezes isso acontece. =/
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