domingo, 16 de dezembro de 2007

Poetisas

Hoje eu queria criar uma poesia, mas daí saiu uma crônica. Vida de poetisa frustrada é essa: deságua tudo em dissertação e que viva o pensamento contínuo, sem mistério, mas que guarda segredos muito bem guardados nas entrelinhas. A caneta prende a respiração. As horas esperam ansiosas por uma revolução. Dias e dias de silêncio me fazem querer gritar, mas poetisa não grita, poetisa rima. Eu nunca fiz poema de rima, até tentei, mas não saiu dentro dos meus padrões, então resolvi jogar tudo p’ro alto e ver no que dava. Deu em nada. O silêncio continuou e a madrugada acabou.
Eu sempre quis escrever uma prosa, um romance, um soneto, um épico e um didático e vou continuar querendo até o dia em que eu resolver começar, até quando a poetisa frustrada que existe dentro de mim tornar suas utopias fatos.
Sorrio, porque a música me leva agora, não sei p’ra onde, mas eu estou indo. Parece o Cazuza dizendo: vida louca, vida breve. Já que eu não posso te levar, quero que você me leve! Som ritmado, concebido numa hora que ele jamais pôde recordar. Acho que o meu maior erro é manter-me bem de corpo, é não machucá-lo com algo que faria bem p’ra minha mente. Mas me condeno, porque a minha maior tortura está no sofrer do pensamento. Posso chegar à exaustão do salto alto às cinco horas da manhã, mas minhas idéias discorrem sobre o passado até que os olhos se fechem e digam fim p’ra toda a bagunça que eu arrumei.
Sim, eu sou desarrumada mesmo. Eu não tenho a boca da Angelina e o 1,20m de perna da Ana, mas eu sei pensar, e como sei! Chegar a uma boa decisão é o que tem de mais difícil. Talvez seja por isso que a poesia não me conduza e a boa e velha crônica me desperte a amizade das horas incertas toda vez que eu preciso ficar acordada e, assim, sonhar um pouco com as coisas que ainda vão acontecer...

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